Letras de Músicas Inéditas



MELHOR ENTÃO É SE MANCAR!

 

Para que fazer
Caras e bocas à revelia,
Guardar palavras soltas
Na ponta da língua,
Abrir a despensa,
Encher a barriga,
E a alma vazia.

Diz o ditado:
Quem entra na chuva
Tem que se molhar,
Lá fora está chovendo canivete,
Você pode se cortar.
 
Para que viver querendo
Ser mais e muito mais,
Ser um homem de aço
Um super-herói,
Dar de cara no muro
E fingir que não dói.
No fundo somos todos iguais.

Diz o ditado...

Para que viver correndo
Sem sair do lugar,
Estufar o peito e dizer
Que vai botar para quebrar,
Esconder-se embaixo da cama
Quando o bicho pegar.
Melhor então é se mancar!

Diz o ditado...




JOÃO NINGUÉM


Cadê você?
Estou a sua procura.
Cadê você?
Meu mal sem cura.
Saio a caminhar,
Perambular pela noite escura.
 
O meu nome é João,
João ninguém,
Não sou dono de nada,
Sou o meu próprio refém,
Sem passado, sem presente,
Sem futuro também.
 
No meu país
Onde eu nasci e cresci,
Sou um estrangeiro.
O meu bolso é furado,
Nem sei mais contar,
Não tenho dinheiro.

Cadê você?
 
E qualquer semelhança
Com a vida real,
É mera coincidência.
Se eu sou ficção
Ou um simples mortal
É uma consequência.
 
Cadê você?



QUERO UM NOVO AMOR 


Quero um novo amor
Que me faça delirar.
Quero voar, quero asas,
Quero fogo, quero brasas
Espalhadas pelo chão.

Que venha esse amor,
Com gosto, com sabor,
Um romance sem trapaças,
Fino cristal, só duas taças
Para brindar e festejar.

Quero viajar,
Subir como um rojão,
Explodir de emoção,
Brincar entre as estrelas,
Abrir o meu coração.

Que venha esse amor...

   


CANOA FURADA


Vou embarcar
Nessa canoa furada,
Tentar a sorte
Lá em Nova Iorque.
Se não der pé,
Se não der em nada,
Pego a estrada,
Vou para o polo norte.

Se o importante
É sempre competir,
Se o meu dia
É sempre amanhã,
Não sou atleta
Para que obstáculos,
Eu não sou míope
E nem uso óculos.

Vou embarcar nessa canoa...

E no meio
De um "Blá! Blá! Blá!"
Eu ouvi alguém falar
Que o homem para se realizar
Tem que plantar uma árvore,
Escrever um livro
E fazer um filho.

Vou embarcar nessa canoa...


SINTO-ME UM HOMEM INVISÍVEL


Você passa por mim
E finge que não me vê,
Faz de conta que eu não existo,
Não me dá nenhuma atenção,
Se os nossos olhos se encontram,
Você muda de direção.

Eu me sinto um homem invisível (três vezes)

Faço o mesmo com você,
Fico só na imaginação.
Sinto raiva até de mim,
Por ser tão tolo assim.
Mas se não dou o braço a torcer,
Quanto mais o meu coração.

Eu me sinto um homem indivisível (três vezes)

Nosso jogo sem querer
Virou pura sedução, 
Cartas marcadas, blefe, e armação.
Se para ganhar tem que perder,
Não vou perder só para ter você.
Perder para ganhar não dá prazer! 
 
Eu me sinto um homem imprevisível(três vezes)




UMA MOEDA POR SEU PENSAMENTO


Ah, uma moeda por seu pensamento,
Eu entraria só um momento
Nesse universo que é a sua vida,
Caindo como uma doce brisa,
Uma canção que a gente nunca esquece,
Toca bem fundo, enlouquece

Vento que bate
Abrindo a janela,
Entra sem avisar
Passa e leva a solidão,
Deixa a sensação
De gotas de orvalho
Em pleno sol de verão.

Ah, seu eu pudesse parar o tempo,
Penetrar nesse seu mundo,
Seguir viagem rumo ao infinito,
Fazer fluir o que há de mais bonito,
Um oásis no meio do deserto,
Barquinho de papel em mar aberto.

Vento que bate...



TERRA, ÁGUA, FOGO E VENTO


Terra, água, fogo e vento
Fazem de um só elemento
Da natureza o fundamento
Terra, água, fogo e vento

De onde vem o fruto
O pão de cada dia
Da semente, o trigo
Mão na massa
O trabalho do dia a dia

Terra, água, fogo e vento
Fazem de mil elementos
Da natureza o fundamento
Terra, água, fogo e vento

Que estanca a sede
Trazendo esperança
Desde o ventre, uma criança
Choro de vida
Que deságua

Terra, água, fogo e vento
Fazem de uma vida o elemento
Da natureza o fundamento
Terra, água, fogo e vento

Explode com alegria
Um canto de dor e amor
A chama forte, incandescente
Ergue do chão
A mão pendente

Terra, água, fogo e vento
A vida de um elemento
Da natureza o fundamento
Terra, água, fogo e vento

Sopra no rosto
A doce brisa
Pelas narinas, renovação
Para que andar na corda bamba
Fazer do mundo uma bomba

Terra, Água, fogo e vento
Do elemento o fundamento
Da natureza os elementos
Terra, Água, fogo e vento



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© Ricardo Ohara
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