CRÔNICAS POLÍTICAS DE UM LEIGO




AS ELEIÇÕES DE 2026 E A RODA DO DESTINO


As eleições do ano de 2026 se aproximam e os partidos políticos, que antes unidos por um interesse nacional e internacional, agora, começaram a abrir os portais do inferno para medir forças não só com os seus oponentes, mas, também, com os seus pares da própria legenda. E nessa briga ferrenha, os amigos, que não querem sair chamuscados, ficam olhando de longe e permanecem calados.

A torcida rasga elogios ao jogador que fez o gol. Jogando para escanteio os outros atletas que trabalharam com técnica e precisão para que a bola chegasse com perfeição até os pés do campeão. O salvador do campeonato. E por que não dizer “o salvador da pátria”. Isso considerando uma copa do mundo.

O povo é o seu próprio salvador da pátria. O povo se torna escravo nas mãos de um ditador pela sua própria mão quando abandona a sua dignidade, os seus princípios, os seus valores e vende a sua alma para o oportunismo criminoso. Digo criminoso, porque aproveitar oportunidades para se alcançar prosperidade e avançar para se conquistar um padrão de vida mais elevado de uma forma saudável é até plausível.

O oportunismo criminoso destoa da boa-fé. Funciona como o jogo de azar, que depois da primeira, segunda e terceira jogadas, o apostador se torna mero desgraçado. Transforma-se em um zumbi preso dentro de uma caixa moldada para prendê-lo e vampirizá-lo até o fragmento invisível dos seus restos mortais.
"De que lado você está?
Tem alguém do seu lado?
Para que lado você olha?
Tem alguém do seu lado?
Somos livres
Ou vivemos presos
Dentro de uma caixa
Que só existem lados?
Saia da caixa!"

Estamos todos presos dentro de um sistema. Querendo ou não, somos impulsionados ou esmagados pela roda do destino. Não falo sobre predestinação, mas acerca de um conjunto de medidas, fatos, poder e tomadas de decisões humanas que poderão influenciar e sentenciar, involuntariamente, qualquer cidadão à falência total. Mas a roda não funciona sozinha, somos os seus condutores. Temos que usar as ferramentas adequadas e adquirir o conhecimento técnico para operá-la. E não há ninguém melhor do que os próprios operários para fazer com que essa roda funcione com estabilidade. Às vezes um pequeno ajuste é suficiente para impedi-la de quebrar de vez. Especialize-se. Adquira conhecimento. Informe-se. Não seja apenas conduzido, seja também um condutor dessa roda.


Ricardo Ohara (19/10/2025)

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A SOBERANIA DIVIDIDA DE UM PAÍS CHAMADO BRASIL

Para quem não esteve e nem participou da festividade e comemoração do dia da independência do Brasil neste sete de setembro de 2024, assistir aos vídeos com tanta gente de verde e amarelo carregando a nossa bandeira nas mãos, foi arrebatador. Não. Foi mais que arrebatador ver jovens, senhoras e senhores, pais de família, mães com os seus filhos, gritarem, comemorarem e vibrarem por mais um ano de independência da sua nação, liberta das mãos do seu colonizador em 1822, ano em que o Brasil se libertou de Portugal com o famoso “Grito do Ipiranga”.

É nítido que os tempos no nosso país mudaram, mas ao me deparar com tanta alegria e vida, voltei aos bons tempos em que pendurar uma bandeira do Brasil na frente da nossa casa, vestir uma camisa da seleção brasileira, decorar a rua toda com as nossas cores e vibrar pelo nosso país na copa do mundo, em um mundial de fórmula 1, nos jogos pan-americanos, ou em qualquer outro evento que pudesse promover uma elevação nacional, era realmente ser brasileiro e não um fascista.

“O poder emana do povo”. Essa frase traduz e representa um princípio fundamental da soberania popular. Algumas nações, que no passado viveram para essa destruição, entenderam isso. A guerra joga as nações na desgraça total. Aniquila os povos com a submissão, a fome de alimentos e de conhecimentos, e também com a falta de prosperidade. Cai em ruína total. Um remédio foi encontrado: a diplomacia e os tratados. Sabemos, sim, que há um remédio. Mas temos consciência de que não existe nenhuma vacina ou antídoto para se conter o algoz responsável pelo início de tal destruição.

Não se reclama e nem se exerce a soberania de um país dividido. A força só se faz com a unidade, que está amplamente estabelecida na nossa lei maior, a nossa Constituição Brasileira, estruturada e promulgada pelas mãos de homens experientes e valorosos, detentores de uma sabedoria profissional atrelada a uma experiência de vida. Se acertaram ou não, ficará uma incógnita, que, talvez, seja até inalcançável pelas nossas mentes tão limitadas. Mas uma coisa é certa e inegável, eles deixaram bem claro entre as linhas: o brasileiro é um povo livre! 

Ricardo Ohara (08/09/25)

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NO BRASIL O ATIVISMO POLÍTICO-PARTIDÁRIO FECHOU AS PORTAS PARA O CIVISMO.


Quando o ativismo político-partidário deixa de ser tão necessário no momento em que se ocupa uma cadeira na câmara dos vereadores, nos parlamentos estaduais, federais, e, principalmente, na presidência da república? O que diferencia as ações ativistas partidárias das ações de uma política ordenada e de cunho social? Creio que embora haja uma mistura e tanta confusão, o primeiro ponto básico é tão claro. Integrar um partido político e defender certa ideologia em prol da sociedade, com a criação de projetos e críticas ao sistema, exprime certa liberdade; e não falo sobre liberdade de expressão, falo de uma liberdade dentro de um contexto personalizado e institucional.

Já o cidadão eleito assume o seu mandato sob juramento, comprometendo-se à observância e à obediência de um calhamaço de regras e leis. Ele, agora, está dentro do sistema. Um sistema que era totalmente criticado e repelido por ele. E não importa a sigla que represente, querendo ou não, ele é o sistema. Ao se tornar um representante do povo, ele fala pelo povo e para o povo. Não fala mais pelo partido ou para o partido. A sua prestação de contas é para o sistema e também para o povo. O ativismo sai de cena e entra o civismo, que não traduz “patriota” sugerindo que A ou B sejam bolsonaristas. Civismo é bem maior do que isso e traduz o bem-estar de todos, dedicação dos agentes públicos na implementação de políticas públicas sérias e, também, dentre outras atribuições que não foram destacadas, amar e zelar pelo seu país.

Parece surreal diante do caos mundial que estamos vivendo, mas o civismo abriga princípios básicos inegáveis, bússolas naturais que precisam ser acionadas desde os primórdios da formação física e intelectual da humanidade. Se não for assim, só nos resta assistir políticos se comportando como adolescentes, totalmente imaturos, fazendo do seu cargo eletivo, um palco para exibição pop star diante de uma câmera de celular. Esquecendo-se que sobre ele muitas câmeras serão direcionadas, podendo ou não, flagrar um comportamento atípico e até mesmo criminoso. Como o caso da deputada federal Camila Jara, que agrediu o colega de parlamento Nikolas Ferreira com um soco nas partes baixas e que vem negando o seu ato em toda a mídia. No Congresso tem câmeras e as sessões são divulgadas. Foi tudo filmado. E cai por terra também ao tentar falar que foi em sua defesa ou sem querer. O ódio visível em toda a sua expressão corporal ao direcionar o golpe criminoso é estarrecedor. Essa rixa saiu das sedes dos partidos políticos e ocupou as cadeiras dos parlamentos e as redes sociais, contaminando até aqueles que com o bom senso trabalhavam para legitimar o exercício do seu mandato, que pelo andar da carruagem, poderá correr um risco enorme de ser interrompido pelo excesso do ativismo político-partidário praticado pelo próprio parlamentar.

Ricardo Ohara (10/08/25)

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EUA DESAFIA O BRASIL PARA UM CABO DE GUERRA FISCAL!

Para os que ainda tinham dúvidas de que a tempestade tarifária de Donald Trump não chegaria ao Brasil, caíram do cavalo, ou melhor, do pedestal. Com as suas investidas acirradas contra o resto do mundo, deixando o Brasil em águas mornas, criou-se internamente muitas expectativas zombeteiras com relação às exigências diplomáticas de reciprocidades tarifárias a serem exigidas pelo chefe de estado daquela potência mundial. Mas os maus ventos trouxeram uma nuvem bem carregada para o Brasil, que por ter sido deixado de lado enquanto a economia global pegava fogo, abusou do verbo e rasgou a cartilha que norteia um comportamento sóbrio dentro dos princípios diplomáticos e interesses bilaterais satisfatórios para qualquer economia da esfera global.

Após a imposição de uma cesta tarifária mais alta em conjunto com a valorização da moeda norte-americana, não haverá guarda-chuva que poderá conter o estrago do dilúvio que sobrevirá sobre a economia do Brasil, que tem como carro chefe as commodities. E continuar pagando para ver com apostas dobradas, retaliando as medidas norte-americanas antes mesmo de se discutir diplomaticamente os interesses de cada país, como se comportaram alguns países desenvolvidos, e que seja tomado como exemplo, empurraria de vez o nosso país para o precipício.

O pêndulo que está amarrado no final da corda em volta do pescoço do brasileiro já está muito pesado. Pois o que ficou ruim com a taxação imposta pelos EUA, poderá ficar bem pior se o Brasil revidar na mesma proporção. A China fez isso, não suportou e correu logo para se sentar à mesa junto com Donald Trump para negociar. E não só a economia internacional entraria em declínio, mas a economia doméstica brasileira seria muitíssima afetada com a elevação do custo dos insumos, máquinas e equipamentos, medicamentos, tecnologia de ponta, partes de aeronaves, peças para veículos, equipamentos de telecomunicação e vários outros... um time bem robusto para ser enfrentado em um cabo de guerra.

Ricardo Ohara (09/07/25)



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República das Bananas ou da Farofa de Banana?

 

O Brasil sempre é citado no âmbito nacional e internacional como “república das bananas”. Tal jargão sempre é lançado para além do megafone como forma de deboche, protestos e revoltas decorrentes de ações políticas, econômicas, governamentais, etc. Ações que provocam um retrocesso ao progresso do país pela falta de decoro parlamentar e desvio de verbas públicas; baixo nível de investimento na educação, saúde e segurança pública; ausência do direito de se obter benefícios que garantam o bem-estar e preserve a dignidade do cidadão. 

E diante desse vendaval que atualmente vivemos, podemos dizer que da banana nada sobrou. Fizeram uma farofa. Isso mesmo, o Brasil virou uma “república de farofa de banana”. Há anos o país vem caminhando para um jogo político muito perigoso. O jogo do poder. E no meio dessa batalha o povo tem perdido a sua individualidade, o seu eu de cidadão, o pleno direito de filho desta terra. Muitos estão sendo tratados como  bastardos.  Não há um campeão legítimo para o defender. O vencedor, depois que é coroado, senta-se no trono e se torna o poderoso cercado pelos seus nobres escolhidos a dedo. O rei não escuta mais os seus súditos, não enxerga as suas necessidades e se tranca em seu castelo usufruindo das riquezas extorquidas daqueles que o aclamaram.

Que saudade da republiqueta das bananas!
Onde o sol brilhava com mais fulgor,
O azul do céu era mais azul,
E o povo, feliz, corria sorrindo às feiras
Para comprar a sua penca de bananas.

E que venha esse futuro com gosto de passado.  Um futuro que ao invés de vermos mendigos famintos espalhados pelas calçadas e pelas praças, possamos ver crianças felizes correndo  e brincando em volta dos canteiros de flores.   


 Ricardo Ohara (12/01/2025)


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OS DESVARIOS DE DONALD TRUMP


Os EUA se tornaram uma potência mundial e o resto do mundo abriu as suas fronteiras para o "todo poderoso" atualmente comandado pelo seu chefe de estado Donald Trump. Foi um erro? Acredito que não. Mas teve as suas consequências. Pois ao invés de se proteger e trabalhar internamente de uma maneira harmônica para construir e enriquecer a sua própria economia, o resto do mundo, destacando-se o Canadá e o Brasil, ficou dependente e oportunista. E qualquer decisão interna da grande potência acaba sempre interferindo bruscamente na esfera global. Isso mesmo, a globalização teve a sua vantagem, mas também causou uma cegueira dilaceradora. Importar em troca de um custo economicamente menor minou o poder autossustentável dos países dependentes. E hoje se vê uma cobrança mundial quanto a essa reparação sendo imputada ao presidente Donald Trump. Como se o "usurpador" tivesse a obrigação de indenizar os danos causados. Talvez sim. Mas em um relacionamento de interesse, os envolvidos têm a sua parcela de culpa. Chorar, gritar e espernear faz parte de uma apelação quase que cenográfica para tentar amenizar os prejuízos decorrentes de uma mediocridade e hipocrisia quase que universal, desviada do ventilador para ser jogada somente nas costas do grande vilão, Donald Trump.


Ricardo Ohara (09/03/2025)


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